Casa Reis continua a ser um local privilegiado, onde é possível encontrar tecidos vendidos há 150 anos, como a clássica flanela de xadrez, o serrubeco e a chita para os vestidos de senhora. Podem encontrar também os chapéus, que em tempos já distantes, era um elemento obrigatório do visual masculino. Acabou perdendo espaço no uso diário ao longo dos anos, mas continua bem presente nas estantes das Casa Reis bem como as flanelas, a retrosaria e as miudezas,
Os tempos mudaram e a Casa Reis atualizou e adaptou não só os seus produtos como também se especializou na venda e colocação de todo o tipo de estores e cortinas bem como a sua confeção. O mobiliário de cozinha, cortinados e toda a decoração da casa e para a casa é também uma mais valia da Casa Reis nos tempos de hoje.
Nesse tempo vendiam-se 100 fatos de homem por dia, hoje são dois por ano... Magno Braga
Magno Braga, que há 51 anos começou a trabalhar na casa de que hoje é gerente, conta as histórias de um negócio que em 1902 ganhou um novo impulso, quando foi comprado por um empresário do Porto de ideias republicanas em plena monarquia.
Fundada em 1860 por Narciso José Teixeira com o nome de "Tem Tudo", a casa ganhou uma nova dimensão assim que António José dos Reis, que se mudara do Porto para Santo Tirso a conselho médico para "receber os ares da aldeia devido a doença pulmonar", conheceu e casou com a filha do proprietário da retrosaria. E se a venda de fazenda, miudezas, decorações e as "amostras" já a faziam centro de atenção dos concelhos vizinhos de Santo Tirso, a ousadia do novo dono tornou a Casa Reis alvo de mais curiosidade, sendo por ação deste que se viu por lá "hasteada a primeira bandeira de Portugal republicana", recordou Magno Braga.
O futuro passa "pela decoração de interiores e pelos móveis", pois a "mais velha retrosaria do Norte de Portugal" viu as vendas dos materiais que lhe deram nome "caírem de 40% para 10%" do volume de negócios.